Eleições e ansiedade: por que o Brasil fica tão tenso nesses períodos?

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Eleições e ansiedade: por que o Brasil fica tão tenso nesses períodos?
17/11

Eleições e ansiedade: por que o Brasil fica tão tenso nesses períodos?


As eleições no Brasil têm um efeito que vai muito além das urnas. A cada dois anos, algo muda no ar. As conversas ficam mais intensas, o noticiário toma conta da rotina, as redes sociais parecem zonas de guerra, e muita gente começa a sentir um peso que não sabe explicar. É ansiedade — uma ansiedade coletiva que nasce do futuro incerto, das expectativas e da sensação de que tudo pode mudar de repente.

O Brasil vive eleições com o coração acelerado. Não porque as pessoas gostem de política, mas porque entendem, no fundo, que as decisões tomadas ali influenciam diretamente o dia seguinte. É no preço dos alimentos, na segurança, no salário, na aposentadoria, na saúde pública, no custo de vida. A mente entra num estado de alerta constante: “o que vai acontecer agora?”, “e se piorar?”, “e se mudar tudo?”. E viver nessa antecipação desgasta qualquer um.

A ansiedade cresce porque as eleições mexem com algo que o brasileiro conhece bem: a incerteza. A cada nova promessa, a cada escândalo que surge, a cada debate que vira trending topic, a sensação é de que a vida está sendo decidida por forças que fogem completamente do controle. É como assistir a uma tempestade se formando sem saber onde o raio vai cair.

Mas o que realmente torna o período eleitoral tão tenso é o impacto emocional das relações. Famílias brigam, amigos se afastam, grupos se dividem. A polarização cria um clima de “nós contra eles” que não fica só nas telas — ele entra dentro das casas, no jantar, no almoço de domingo. E isso cansa. Cansa porque ninguém quer perder quem ama por causa de opinião. Cansa porque ninguém gosta de viver pisando em ovos. Cansa porque o excesso de conflito encolhe o espaço de paz que todo mundo precisa.

E tem outro ponto: as redes sociais transformam tudo em urgência. Cada live, cada vídeo, cada notícia vira um gatilho. Você abre o celular de manhã e já sente o coração apertar. Não é normal viver assim — mas se tornou comum. O Brasil inteiro parece em suspense, como se estivesse esperando o desfecho de uma novela que nunca acaba.

A ansiedade eleitoral não é frescura. É resposta do corpo a um ambiente emocionalmente pesado. Quando o clima social está tenso, quando o noticiário é intenso, quando a rotina se enche de incertezas, o cérebro aciona mecanismos de alerta para tentar proteger você. O problema é que esse alerta não desliga quando as emoções estão sempre sendo estimuladas.

Respirar em tempos de eleição exige cuidado. Reduzir o consumo de notícias, conversar com pessoas que trazem calma, evitar discussões que não levam a lugar nenhum, proteger sua paz. O mundo não vai apagar o fogo sozinho — mas você pode escolher não colocar a mão nele todos os dias.

No fim, o Brasil fica tenso porque sente na pele que as eleições não são apenas escolhas políticas. São escolhas que tocam diretamente a vida, a rotina, o bem-estar. E por isso mesmo, nesses períodos, cuidar da saúde emocional deixa de ser opção e vira necessidade.